Celular pode afetar qualidade do sêmen, aponta pesquisa

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Um estudo realizado por pesquisadores da Suíça sugere que o uso constante do celular pode prejudicar a qualidade do sêmen dos homens e reduzir as chances de ter filhos. A pesquisa, publicada no fim de outubro na revista Fertility & Sterility, analisou os parâmetros do sêmen de quase 3 mil jovens suíços e encontrou uma associação entre a frequência do uso do telefone e a menor concentração e contagem de espermatozoides.

Os autores explicam que a qualidade do sêmen é determinada por fatores como quantidade, motilidade e forma dos espermatozoides. O estudo aponta que a radiação eletromagnética emitida pelos celulares pode interferir nesses aspectos e comprometer a fertilidade masculina. O problema se soma a outros fatores ambientais e de estilo de vida, como alimentação, sedentarismo, álcool e tabaco, que já foram relacionados à queda na qualidade do sêmen nos últimos 50 anos, acrescenta a pesquisa.

O estudo atual é o desdobramento de um primeiro levantamento, de 2019, sobre a qualidade do sêmen de suíços entre 18 anos e 22 anos, recrutados entre 2005 e 2018 em seis centros militares. Os pesquisadores estudaram a associação entre os parâmetros do sêmen de 2.886 homens e o uso de celulares. Os jovens preencheram um questionário detalhado relacionado com hábitos de vida, estado geral de saúde e, mais especificamente, a frequência com que utilizavam os seus telefones, bem como onde os colocavam quando não estavam em uso.

De quanto seria a redução de espermatozoides?

Os dados revelaram uma associação entre uso corriqueiro de celular e menor concentração de espermatozoides. A medida foi significativamente maior no grupo de homens que não utilizavam o telefone mais de uma vez por semana (56,5 milhões/mL) em comparação àqueles que mexiam no aparelho mais de 20 vezes por dia (44,5 milhões/mL). A diferença corresponde a uma redução de 21% para usuários frequentes, em comparação com os raros.

Qualidade do sêmen é determinada por fatores como quantidade, motilidade e forma dos espermatozoides – Foto: Divulgação/R7/ND

Segundo valores estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), um homem pode demorar mais de um ano para conceber um filho se a concentração de espermatozoides for inferior a 15 milhões/mL. Além disso, a probabilidade percentual de gravidez diminuirá se houver menos de 40 milhões de gametas por mililitro do sêmen.

Mais estudos devem ser feitos

Os pesquisadores ressaltam que o estudo é o maior e mais abrangente já realizado sobre o tema, e que os resultados são consistentes com outras pesquisas anteriores. Os especialistas recomendam que os homens que desejam ter filhos evitem usar o celular excessivamente ou carregá-lo perto do corpo. Eles também sugerem que mais estudos sejam feitos para confirmar os efeitos da radiação eletromagnética na saúde reprodutiva masculina.

Neste ano, a Secretaria Federal do Meio Ambiente da Suíça começou a financiar um estudo que medirá, direta e precisamente, a exposição às ondas eletromagnéticas dos celulares, especificando o tipo de uso (chamada, navegação, envio de mensagens), e relacionando ao impacto da saúde reprodutiva masculina. Os dados serão coletados por um aplicativo.

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