Compreender que o ambiente de aprendizagem ultrapassa as paredes da sala de aula é o primeiro passo para notar a dimensão da educação, cenário evidente na Feira do Conhecimento e Matemática. Realizada na Escola Básica Municipal (EBM) Professora Herondina Medeiros Zeferino, o encontro foi uma oportunidade para trocar práticas e conhecimentos.
Com o objetivo de dar visibilidade às produções, os espaços da unidade foram tomados por grupos que interagiram na “III Feira Municipal do Conhecimento” e na “IX Feira Regional de Matemática da Grande Florianópolis”.
Pensando em divulgar os conhecimentos na Feira do Conhecimento e Matemática, há quem tenha incluído os jogos para compreender as contas, usando aplicações, conceitos e outros componentes curriculares para mostrar que o protagonismo pode estar presente nos cálculos.
“Constitui-se em uma vivência curricular ou extracurricular de relevância para sistematizar e implementar os projetos e/ou programas de educação científica de estudantes, professores e comunidade, contribuindo para a inovação curricular e promoção da aprendizagem nas instituições envolvidas”, diz a professora e assessora pedagógica Flaviana Cristina Meneguelle.
São momentos assim que evidenciam as conexões e integrações, seja na produção de projetos ou na criatividade. “Os estudantes podem aprender questões relacionadas aos conceitos trabalhados pelas áreas do conhecimento de maneira pura ou aplicada, além de questões voltadas ao socioemocional. Conhecer outros espaços, outras pessoas, ampliar o repertório cultural, formas diferentes de pensar, postura em uma conversa, expor suas ideias, ouvir perguntas e aprender a argumentar, tudo isso é aprendizado”, finaliza a professora e assessora pedagógica Ana Paula Brandt.
Ludicidade na Feira do Conhecimento e Matemática
Conhecer os números e o resultado que é possível atingir são desafios que surgem nos primeiros anos de vida e seguem ao longo do tempo. Mas como seria aprender matemática de forma divertida?
O desejo de promover o ensinamento e a interação foi o que motivou o projeto da professora Adriana de Jesus Moreira Wenglarek, da EBM (Escola Básica Municipal) Batista Pereira.
Por lá, a divisão e a multiplicação, por exemplo, ganharam um novo significado. “Trouxemos algo diversificado, na questão do lúdico, dos jogos, em cima dos conceitos que trabalhamos em sala de aula. Trouxemos a questão da unidade, dezena e centena, a posição que está no sistema decimal, usamos material dourado, que faz parte do trabalho no cotidiano quando trabalhamos matemática. Fomos jogando as pecinhas e vendo o número posicional. Fazemos uma leitura do número e a posição que ele ficou, resgatando a questão do maior, menor e o igual”, explica a educadora, que enaltece o poder do aprender brincando.
Trazendo para sala de aula iniciativas que colocam o estudante como protagonista, as inspirações vêm da internet e do pensar na educação para além do tradicional. “Quando conseguem assimilar é outra coisa, é apaixonante”, finaliza a professora.
Desvendando o ecossistema e a trajetória de Fritz Müller
Para duas turmas da EBM (Escola Básica Municipal) Intendente Aricomedes da Silva, a ida à Feira do Conhecimento e Matemática foi marcada pela exposição daquilo que causou curiosidade em sala de aula.
No caso do oitavo ano, a experiência não foi sobre matemática, mas sim voltada ao meio ambiente, com foco nos ecossistemas marinhos.
“Avaliamos a questão dos lixos, dos resíduos. Trabalhamos bastante com microplástico, então peneiramos areia e tentamos ver se naquela areia tem plástico, para perceber que estamos no mundo em que o plástico vai estar em vários lugares, inclusive lugares que não percebemos, porque uma embalagem, uma garrafa pet, a gente detecta rápido, pega e joga no lixo, mas o microplástico está envolvido, está inserido no ambiente”, diz a professora responsável pela iniciativa, Narjara Zimmermann, que também incentiva o olhar atento à diversidade.
Para mostrar na Feira do Conhecimento e Matemática um pouco do que é feito na unidade, o grupo fez um experimento. “Colocamos conchas quebradinhas no fundo de uma garrafa e acrescentamos vinagre, que é um ácido acético. Isso simula um ambiente ácido e corrói a concha. Na ponta da garrafa colocamos um balão e, quando eu mexo nesse vinagre, vai tendo a reação química. Quando dissolve o ácido acético, dissolve o bicarbonato de cálcio, transforma em outras substâncias, incluindo o gás carbônico, que vai preenchendo o balão”, explica a educadora.
Além do cuidado com a natureza, a profissional apresentou ao segundo ano assuntos relacionados com a trajetória de Fritz Müller. “Em colaboração com a professora do segundo ano, entro nas aulas em dias específicos. Trabalhamos com Fritz Müller e começamos porque temos um bosque, uma embaúba, que é uma árvore que ele estudou. Começamos a observar a árvore, entendendo qual é a relação. Conhecemos um pouquinho a vida do Fritz Müller e ampliamos, conhecendo sobre as borboletas, do Mimetismo Mülleriano e animais marinhos”, finaliza a professora.