Bairros Partenon, Jardim Botânico, Petrópolis e Cidade Baixa são aqueles onde houve as maiores valorizações no preço dos alugueis nos últimos meses. Preço do aluguel pode chegar a R$ 3,8 mil para um apartamento de dois quartos. Dados foram divulgados pelo Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb. Vista aérea de região residencial em Porto Alegre
Alex Rocha/PMPA
Uma empresa brasileira do ramo imobiliário analisou, nos últimos 12 meses, os preços dos aluguéis cobrados nos 42 bairros de Porto Alegre e estimou o preço médio do metro quadrado desembolsado mensalmente por quem paga aluguel. Os dados do Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb foram divulgados nesta sexta-feira (10). Confira:
Bairros com o metro quadrado mais caro da capital
Três Figueiras – R$ 58,9/m²
Praia das Belas – R$ 45,5/m²
Mont’Serrat – R$ 44,7/m²
Petrópolis – R$ 44/m²
Jardim Botânico – R$ 43,5/m²
Moinhos de Vento – R$ 43,2/m²
Auxiliadora – R$ 43,1/m²
Boa Vista – R$ 40,6/m²
Chácara das Pedras – R$ 40,2/m²
Cidade Baixa – R$ 39,7/m²
De acordo com o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação ou Administração de Imóveis Residenciais ou Comerciais no Rio Grande do Sul (Secovi RS), a média de metros quadrados para apartamentos de um dormitório é de 44, enquanto a média para apartamentos de dois dormitórios é de 66 m². Não há dados relativos a apartamentos com mais dormitórios.
A partir desses dados, o g1 estimou quanto se paga de aluguel, em média, para morar em apartamentos de um e dois dormitórios na Capital. Veja:
Preço estima do aluguel em bairros de Porto Alegre
A QuintoAndar explica que, além do número de quartos, a presença de mobília e garagem também têm impacto na variação dos aluguéis de apartamentos e estúdios na Capital.
Segundo o cálculo feito a partir dos indicadores, em Porto Alegre como um todo, para apartamentos com um dormitório, os valores médios ficam entre R$ 870 e R$ 960, podendo chegar a R$ 1.250 para unidades mobiliadas. Já apartamentos com dois dormitórios têm uma faixa de preço variando de R$ 1.270 a R$ 1.390, podendo chegar até a R$ 1.770 caso tenha uma vaga de garagem. Para apartamentos com três dormitórios, os valores médios estão entre R$ 1.990 e R$ 2.180.
“De um ano para o outro podem ter ocorrido variações, pois como são preços de imóveis ‘ofertados’, a entrada ou saída de imóveis acabam interferindo na variação. Por exemplo: sair mais caros e entrar na amostra mais baratos ou vice-versa. Também há bairros que possuem construções novas e podem impactar o resultado, já que imóveis novinhos têm preço maior. Já os imóveis mais antigos, tem metragem maior”, explica Lucinele Martins, economista-chefe do Secovi RS.
Vista aérea da Orla do Guaíba, em Porto Alegre
Giulian Serafim/PMPA
Alta nos preços
Dos 42 bairros analisados pelo índice, 38 tiveram valorização em imóveis nos últimos 12 meses – o equivalente a 90% das regiões de Porto Alegre, segundo levantamento do Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb.
Os preços médios dos aluguéis residenciais de apartamentos registraram um aumento de 14,28% ao longo dos últimos 12 meses na Capital.
A alta em outubro foi de 0,63% em comparação com setembro, atingindo a média de R$ 31,52 por metro quadrado, o que impactou na tendência de valorização de imóveis nos bairros Partenon, Jardim Botânico, Petrópolis e Cidade Baixa.
O Partenon, na Zona Leste, registrou a maior valorização da capital gaúcha, com aumento de 51,7% no preço médio do metro quadrado de imóveis residenciais. Nessa região, o aluguel vai de R$ 600 a R$ 7 mil.
Vista aérea de região residencial em Porto Alegre
Giulian Serafim/PMPA
Tendência
Os dados mostram que a alta dos preços para o consumidor tem se mantido estável em Porto Alegre. Apesar de ter atingido o ápice de crescimento, o percentual acumulado nos últimos 12 meses ainda é próximo ao patamar registrado em janeiro (11,33%) deste ano, quando o valor médio do metro quadrado estava em R$ 28,88.
Conforme ressalta Pedro Capetti, especialista em dados do Grupo QuintoAndar, a tendência é a estabilidade dos valores elevados no município, o que representa um sinal do aquecimento imobiliário local, movimento em direção oposta ao registrado em demais capitais do país, nas quais, após a forte recuperação dos preços no cenário pós-pandemia, começam a observar uma desaceleração.
“A estabilização na cidade gaúcha é evidente. O que precisamos observar é se esse índice vai se manter nos próximos meses ou se irá apresentar uma redução. De modo geral, são os três primeiros meses do próximo ano que vão dar a tônica de como será o desempenho de 2024”.
Negociação
Nesse diagnóstico, em bairros onde predominam apartamentos menores, os valores observados tendem a ser mais elevados. Porém, os consumidores ainda têm encontrado espaço para negociação no mercado imobiliário.
“Um desconto em torno de 3% parece pequeno, mas pode representar muitas vezes uma benfeitoria no imóvel durante um contrato de 30 meses de aluguel. Os números mostram que há espaço para o inquilino barganhar e conseguir um preço que caiba em seu bolso, apesar do mercado aquecido”, ressalta Capetti.
Vista aérea de Porto Alegre, mostrando parte do Largo dos Açorianos.
Alex Rocha/PMPA
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