Pensar em um mundo onde todas as pessoas são iguais, com os mesmo gostos, opções e necessidades, é imaginar um cenário distante da realidade. Para promover um ambiente acolhedor, pautado na pessoa com deficiência, a Secretaria Municipal de Educação de Navegantes proporcionou às famílias e profissionais o “I Encontro de Pais – Reunião Integrativa”.
Com a participação de pais e responsáveis, selecionados por meio de inscrição, o momento foi uma oportunidade para entender o atendimento nas escolas e redes parceiras, além das conversas sobre leis e direitos que estão assegurados no papel, mas que precisam valer no dia a dia.
Quem esteve à frente da produção foi a coordenadora pedagógica da Educação Especial, Eliane Félix Coimbra, que identificou a demanda por conta dos relatos.
“Quando assumi a coordenação foi uma ideia começar a trazer esse projeto para a Rede Municipal, de forma mais específica para a Educação Especial. Como tem essa necessidade de trabalhar com vários segmentos associados para um suporte do atendimento, começamos a planejar junto com as associações, com as equipes terapêuticas das associações”, comenta a profissional.
Instituições que fazem parte dos atendimentos e a presidente do COMPED (Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência), Inajara dos Santos Vieira, também participaram do evento.
Com interação, espaço para diálogo e trocas, as apresentações dos especialistas foram sendo alternadas com os questionamentos daqueles que foram assistir.
“O evento teve um caráter informativo, trazer o acesso à informação em relação aos direitos e algumas responsabilidades da família que estão envolvidas, porque usamos como base a Lei Brasileira de Inclusão, que fala sobre a corresponsabilidade, tanto do Estado quanto da família em relação ao suporte necessário para a pessoa com deficiência”, diz Eliane, que reforçou a importância do trabalho integrado e de uma comunicação cooperativa entre todos que fazem parte da rotina dos alunos, seja em casa ou na escola.
Em uma rede com mais de 700 pessoas com deficiência, a acessibilidade e a integração são palavras-chave para dar o apoio que o ensino merece, priorizando o aprendizado.
“Quando temos acesso ao conhecimento nos sentimos mais seguros, amparados, orientados. Acredito que esse acesso à informação é libertador, democratiza e traz a possibilidade de que a lei não seja restrita ao papel, mas que seja uma prática, uma vivência”, afirma a responsável, que enaltece a importância, para a família, de conhecer e observar o papel dos profissionais no atendimento aos jovens.
“Quando eu tenho pessoas envolvidas no trabalho com meu filho mostrando que estão interessadas em alcançar a minha família, isso também abre possibilidades para o trabalho de desenvolvimento com a criança. É muito importante abrirmos caminhos para o diálogo.”
O encontro ocorreu em 21 de setembro, data que marca o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Para o futuro, o objetivo é manter as reuniões, abrindo espaço para a participação da comunidade.