O roteiro da semifinal contra o Marcílio Dias, neste domingo (12), é conhecido pelo torcedor do Hercílio Luz. Desde 2021, o clube coleciona atuações excepcionais durante pontos corridos de diferentes competições – mas acaba amarelando no mata-mata.
Dois fatores são reincidentes: a decisão ser no Aníbal Costa, em Tubarão, e a chegada do técnico Raul Cabral – cujo aproveitamento é obtuso em razão disso.
Nesta Copa SC, o clube se classificou na liderança geral da competição e impôs tal status na primeira partida das semifinais, contra o Marcílio Dias. O Leão do Sul saiu de Itajaí com uma gordura de dois gols de vantagem e uma atuação intimidadora, que convenceria qualquer um do favoritismo do time.
Mas o futebol não trabalha com lógica. O Hercílio Luz sentou no resultado e, seguindo a mística dos últimos anos, entregou novamente em casa. Dois gols do Marcílio Dias na segunda etapa levaram a partida aos pênaltis – ocasião em que brilhou a estrela de Victor Golas.
Esta não é a última decepção do torcedor nos últimos anos. Desde 2021, mesmo não perdendo em casa, o estigma é parecido
Hercílio Luz coleciona tristezas
Pode-se dizer que o estigma começou no Catarinense de 2021. O clube chegou a se classificar para a segunda fase do Estadual, na oitava posição, mas uma polêmica envolvendo escalação irregular do zagueiro Alisson contra o Brusque “comeu” três pontos e retirou a equipe da zona nobre.
Poeticamente, Alisson entrou apenas aos 38 minutos do segundo tempo em uma partida vencida pelo Brusque pelo placar de 2 a 1.
No mesmo ano, a equipe foi líder geral e com folga da Copa SC. Com 15 pontos, o Hercílio Luz veio como franco favorito no duelo contra o último classificado – o Juventus de Jaraguá, cuja campanha não chamava a atenção.
Depois de um empate por 1×1 em Jaraguá do Sul, o Leão recebeu os rivais em Tubarão contando com a torcida para conquistar uma vitória simples e sair classificado. Mas o que aconteceu foi o oposto: por 2×1, os jaraguaenses calaram o Aníbal Costa e avançando à final – vencida pelo Figueirense.
2022
Raul Cabral chegou ao clube no dia 20 de julho de 2021. Com o tempo de respiro para aplicar o trabalho, conduziu a equipe à segunda fase do Estadual em segundo lugar geral. Seis vitórias em 11 jogos, com um saldo de gols de seis positivos: o time estava afinado.
Naquele ano, o Hercílio Luz enfrentou o Figueirense nas quartas-de-final e levou um a zero no Scarpelli. Foi, no entanto, incapaz de igualar ou superar os alvinegros em Tubarão: um zero a zero apático que levou o clube da Capital às semis, em que foi superado pelo Camboriú.
Em seguida, a recente rusga com o Marcílio Dias tomou formas nítidas. Daquela vez, o Marinheiro foi o primeiro colocado e passou pelo Carlos Renaux nas semis.
O Hercílio Luz, terceiro colocado, eliminou sem dificuldades o Figueirense e vinha embalado para a grande final.
Mas novamente o Marcílio Dias aguou o chope tubaronense. Após empate sem gols em Tubarão, os itajaienses venceram por 2×1 no Gigantão das Avenidas e saíram com a orelhuda debaixo do braço.
2023
Neste ano, o drama se intensificou.
A começar pelo Catarinense, em que o time se classificou novamente como líder isolado, com 22 pontos – dois a mais que a Chapecoense.
Após passagem nas quartas novamente pelo Figueirense, o Hercílio Luz decidiria a vaga na final contra o Criciúma, em casa, levando um revés de 2×0 a ser revertido.
Tudo corria bem – mas o Tigre descontou no segundo tempo e, novamente, o Leão do Sul saiu eliminado de casa frente à própria torcida. O mesmo Criciúma protagonizou, nas quartas, uma disputa de pênaltis lendária contra o Avaí e seria campeão contra o Brusque.
Uma nova história triste foi contada neste domingo. Resta esperar para que, em 2024, Raul Cabral e o Hercílio Luz aprendam com os revezes para criar a casca de vencedor que a equipe possui – mas precisa aflorar.