Outros dois policiais civis e o então delegado – atual deputado federal Matheus Laiola –, estão envolvidos no caso. Defesa de Cássio Laercio de Almeida da Silva afirmou que irá recorrer da decisão. Cássio Laercio de Almeida da Silva foi preso suspeito de extorsão.
Reprodução/RPC
O policial civil Cássio Laercio de Almeida da Silva foi condenado a 15 anos de prisão em regime fechado e perda do cargo público, pelo crime de extorsão mediante sequestro.
A sentença foi expedida pela 4ª Vara Criminal de Curitiba, após uma denúncia feita pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR).
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Além de Cássio, dois policiais civis e o então delegado chefe da unidade policial, – atual deputado federal Matheus Laiola – estão com julgamento pendente. Eles respondem pelos crimes de concussão, sequestro e cárcere privado.
De acordo com o MP-PR, em fevereiro de 2019 os denunciados exigiram R$ 50 mil do proprietário de uma rede de postos de combustíveis para liberarem um funcionário preso indevidamente durante uma abordagem policial no estabelecimento, em Tijucas do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. Leia mais a seguir.
A advogada Gislaine Barbosa dos Anjos, responsável pela defesa de Cássio, afirmou que discorda da decisão e irá recorrer.
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Investigações
Gaeco apreende 1 mil dólares e quase R$ 30 mil em operação que investiga delegado-chefe licenciado e ex-investigadores do Meio Ambiente, em Curitiba
Divulgação/Gaeco
Segundo a investigação, no caso, um posto de combustíveis em Tijucas do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, foi notificado informalmente sem registro de Boletim de Ocorrência (B.O.) por irregularidade ambiental.
Dois dias depois da notificação do delegado, segundo a denúncia, os agentes abordaram um funcionário administrativo do posto e o levaram até a delegacia para negociar a liberação dele e também a regularização do estabelecimento.
A condição para isso, segundo o Gaeco, foi um pagamento em dinheiro. A princípio, de acordo com a operação, o grupo pediu o valor de R$50 mil, mas o dono do posto acabou baixando o valor e pagando R$ 10 mil pela liberação do funcionário.
A Delegacia de Meio Ambiente afirmava que o estabelecimento possuía óleo irregular no espaço, mas em nenhum momento registrou a ocorrência no sistema, de acordo com o Gaeco.
Deputado federal é réu por sequestro, cárcere privado e concussão
O deputado federal Matheus Laiola (União-PR)
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
O deputado federal do Paraná Matheus Laiola (União-PR) é réu por sequestro, cárcere privado e concussão – quando servidor público usa a função para exigir vantagem indevida.
Conforme o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os fatos aconteceram em fevereiro de 2019, quando Laiola ainda era delegado-chefe da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente de Curitiba.
LEIA MAIS: Quem é o deputado federal Matheus Laiola, réu por sequestro, cárcere privado e concussão
Por meio de nota, a defesa do deputado federal afirmou que “os fatos apresentados pelo Ministério Público não condizem com a realidade” e que provará a ausência de prática ilegal no curso do processo.
Prisão em flagrante por outro crime
Conforme denúncia, Cássio Laercio de Almeida da Silva pediu pagamentos mensais para que motorista pudesse fazer descartes irregulares de entulhos.
Reprodução/RPC
O policial civil Cássio Laercio de Almeida da Silva é acusado também de pedir dinheiro para não autuar um caminhoneiro por suposto crime ambiental, em Curitiba.
Ele foi denunciado por concussão, que consiste em usar cargo público para obter vantagem, e por adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
Ele foi preso em flagrante por extorsão no fim de setembro de 2022, após uma denúncia de um motorista de um caminhão que afirmou ter sido abordado próximo a um aterro sanitário pelo agente e por Rafael Correa Santos, que se passava por policial civil.
Na ocasião, segundo a denúncia, o policial acusou o motorista de descarte ilegal de materiais no aterro sanitário e exigiu R$ 1,5 mil para não multá-lo por crime ambiental, nem apreender o veículo.
A vítima afirmou à polícia que combinou de realizar o pagamento ao policial no mesmo dia em um posto de combustível, mas os planos foram cancelados após constatarem a presença de viaturas no local.
Por meio de mensagens enviadas em um aplicativo de celular, o policial combinou de buscar o dinheiro no dia seguinte, no trabalho do motorista. Porém o caminhoneiro procurou a delegacia e registrou a denúncia.
Após a ação, uma equipe da polícia montou uma operação para prender o suspeito no local combinado para fazer o pagamento.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito percebeu a presença dos outros policiais, tentou fugir, mas acabou preso. A polícia informou também que o veículo usado pelos suspeitos possuía sinais de adulteração na placa.
Conforme a avaliação da corregedoria da Polícia Civil, a ação mostrou que “o policial, contratado para investigar crimes, no fim das contas, acabaria se tornando um gestor da criminalidade”.
Corregedoria definiu que policial acabaria se tornando “gestor da criminalidade”
Reprodução/RPC
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