TV Liberal vai exibir, no dia 11 de novembro, o documentário ‘Giovanni Gallo, o Italiano Marajoara’, contando a história e o legado do sacerdote italiano que atuou na Amazônia desde a década de 1970 e que será homenageado no Festival Itália Mia, em Belém. Padre Giovanni Gallo
Acervo Pessoal
Um sacerdote italiano que atuou na Amazônia na década de 1970 até a morte, em 2023. A edição deste ano do festival Itália Mia vai homenagear o padre Giovanni Gallo, com a exibição do documentário “Giovanni Gallo, o Italiano Marajoara”, contando a vida, obra e legado do religioso.
Produzido pela TV Liberal, o especial, que vai ao ar no dia 11 de novembro, logo após o ‘Jornal Hoje’, mostrando a história do sacerdote da Companhia de Jesus, nascido em Turim, na Itália, em 1927, que deixou um grande legado no arquipélago do Marajó.
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O documentário vai apresentar depoimentos de quem conviveu com o padre para mostrar a importância do museu, idealizado por ele, para a valorização do povo marajoara. Também serão exibidas todas as belezas e riquezas naturais da maior ilha fluviomarítima do planeta.
Para produzir o documentário, uma equipe realizou uma expedição de dez dias pelas localidades de Santa Cruz do Arari, Cachoeira do Arari e Vila de Jenipapo. Foi um verdadeiro resgate histórico sobre a vivência do padre na região e a importância do arquipélago do Marajó para a Amazônia.
“Vamos contar a história do padre Giovanni Gallo, focando principalmente onde passou os últimos anos da vida dele, no Marajó. Começa pela infância na Itália, passa pelas missões religiosas em outros países e a chegada ao Brasil pela Bahia e Maranhão”, antecipa Leo Nunes, jornalista responsável pela produção e edição do documentário, com a colaboração de Moisés Nascimento e Edenilton Marques na fotografia e captação das imagens.
A ideia de produzir um programa especial sobre o padre Giovanni Gallo e o rico legado cultural deixado por ele aos paraenses, na região do Marajó, surgiu a partir da homenagem realizada ao religioso na edição deste ano do Itália Mia, festival de cultura italiana realizado pelo Grupo Liberal.
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Uma vida dedicada ao Marajó
Sacerdote italiano criou o Museu do Marajó
Acervo Pessoal
Por 30 anos, Giovanni Gallo viveu na ilha do Marajó, onde foi atuante em projetos sociais, o que fez dele uma pessoa popular, que transitava entre diversos grupos, de pescadores a políticos. Desde a chegada, o padre preocupou-se em preservar a história e a memória daquele lugar e daquele povo.
Os moradores da localidade começaram a lhe trazer “cacos” (peças arqueológicas), que ele começou a guardar. Assim, ele fundou primeiramente o Nosso Museu, em Santa Cruz do Arari. Por conta de conflitos locais, Gallo mudou-se para Cachoeira do Arari. Em 1972, fundou o Museu do Marajó.
Giovanni vislumbrava o museu como um espaço de memória e identidade social, além de centro para pesquisa, educação e desenvolvimento social. O Museu do Marajó foi planejado como “um lugar que viesse valorizar o homem marajoara, suas ideias, costumes, valores, pensamento e propor uma interação homem/região”, dizia o religioso. O espaço reuniu frutos de pesquisas como arqueólogo, museólogo e fotógrafo. Um material rico sobre a cultura, povo e cerâmica marajoara.
Desde o início, o museu teve como proposta representar o homem como a peça central. Além das doações de peças arqueológicas, Gallo empreendeu uma pesquisa na região para documentar lendas, histórias, crenças, religiosidade e a relação com o meio ambiente dos habitantes da ilha. Também realizou o registro fotográfico de expedições e arrecadou objetos para a exposição.
O museu então se tornou um dos pontos turísticos mais importantes do estado, sendo considerado referência cultural e científica sobre as pessoas e as cidades do arquipélago. Em 1981, Gallo recebeu o título de Cidadão do Pará e, em 2000, o título de Cidadão do Turismo Paraense.
Bordado marajoara
A obra do padre passa também pelo famoso bordado marajoara. Inspirado na cerâmica herdada dos povos indígenas que habitaram a região, o grafismo marajoara é uma reprodução fiel de achados arqueológicos.
A coleção de desenhos, as “gregas” marajoaras foram catalogadas e desenhadas no livro do padre Giovanni Gallo. A marca cultural dos povos originários é preservada e movimenta a economia dos municípios da ilha do Marajó.
Foi o padre Gallo que transformou aqueles caquinhos que ganhou, onde tinham as tramas marajoaras das escavações e vislumbrou para que as bordadeiras pudessem trabalhar. Era uma forma de dar renda às mulheres marajoaras. A herança permanece até os dias atuais.
Homenageado em festival
Padre italiano é homenageado no festival Itália Mia, em Belém.
Acervo Pessoal
O Festival Itália Mia é uma realização do Grupo Liberal. Entre 3 e 5 de novembro, na Estação das Docas, em Belém, o evento vai destacar as influências da cultura italiana no Pará, reunindo elementos da gastronomia, arquitetura, dança, música e cinema do país europeu, que é uma das origens da civilização ocidental.
A programação é gratuita e destinada aos públicos de todas as idades. Tem o patrocínio da Embaixada da Itália no Brasil e o apoio institucional do Governo do Pará.
Confira a programação do Festival Itália Mia 2023:
Sexta (03/11/2023)
10h – 22h | Espaço Expositivo Giovanni Gallo & Museu do Marajó
11h – 22h | Espaço Gastronômico
18h | Show Especial de Abertura (Trio Paraense apresenta Luiz Pardal, Jacinto Kahwage, Paulo Assunção e Alba Maria | Cia de Dança Ana Unger apresenta Performance | Coral Infantil da Fundação Amazônica de Música)
18h | Festival de Cinema Italiano Cine Estação – Documentário Giovanni Gallo: O Italiano Marajoara. 2023. 55min. Classificação: Livre
20h | Festival de Cinema Italiano Cine Estação: Retrospectiva Comédias Clássicas – Amore All’italiana (Amor à Italiana). 1966. 95mim. Classificação: 14 anos
Sábado (04/11/2023)
10h – 22h | Espaço Expositivo Giovanni Gallo & Museu do Marajó
11h – 22h | Espaço Gastronômico
16h | Festival de Cinema Italiano Cine Estação: Retrospectiva Comédias Clássicas – Mimí Metallurgico Ferito Nell’onore (Mimi, O Metalúrgico). 1972. 121mim. Classificação: 14 anos
18h | Festival de Cinema Italiano Cine Estação – Documentário Giovanni Gallo: O Italiano Marajoara. 2023. 55min. Classificação: Livre
19h | Festival de Cinema Italiano Cine Estação: Retrospectiva Comédias Clássicas – Berlinguer Ti Voglio Bene (Berlinguer I Love You). 1977. 90mim. Classificação: 14 anos
20h | Show Especial (Trio Paraense apresenta Luiz Pardal, Jacinto Kahwage, Paulo Assunção e Alba Maria | Cia de Dança Ana Unger apresenta Performance)
21h | Festival de Cinema Italiano Cine Estação: Retrospectiva Comédias Clássicas – Travolti da An Insolito Destino Nell’azzurro Mare D’agosto (Por Um Destino Insólito). 1974. 114mim. Classificação: 14 anos
Domingo (05/11/2023)
10h – 22h | Espaço Expositivo Giovanni Gallo & Museu do Marajó
11h – 22h | Espaço Gastronômico
16h | Festival de Cinema Italiano Cine Estação: Retrospectiva Comédias Clássicas – Venga a Prendere Il Caffè da Noi (Venha Tomar Um Café Conosco). 1970. 100mim. Classificação: 14 anos
18h | Festival de Cinema Italiano Cine Estação – Documentário Giovanni Gallo: O Italiano Marajoara. 2023. 55min. Classificação: Livre
19h | Festival de Cinema Italiano Cine Estação: Retrospectiva Comédias Clássicas – Brancaleone Alle Crociate (Brancaleone Nas Cruzadas). 1970. 116mim. Classificação: 14 anos
20h | Show Especial (Trio Paraense apresenta Luiz Pardal, Jacinto Kahwage, Paulo Assunção e Alba Maria | Cia de Dança Ana Unger apresenta Performance)
21h | Festival de Cinema Italiano Cine Estação: Retrospectiva Comédias Clássicas – Anatra All’arancia (Pato com laranja). 1975. 106mim. Classificação: 14 anos
Serviço
Festival Itália Mia
Período: 3, 4 e 5 de novembro de 2023
Horário: 10h às 22h
Locais: Cine Estação e Boulevard da Gastronomia, na Estação das Docas
Entrada franca
Festival de Cinema Italiano no Brasil
Período: 3 a 10 de novembro de 2023
Sessões: 16h, 18h, 19h, 20h e 21h
Locais: Cine Estação e Cine Sesc Ver-O-Peso
Entrada franca
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